Histórias: 'literárias' e algumas outras
A História é uma constante nos vários anúncios de compra, venda e
ofertas dos periódicos lusófonos da época, tanto nas praças de Rio de Janeiro, Recife e Lisboa, por exemplo, quanto nas fontes angolanas.
Preocupando-me, não somente o século liberal (onde o foi e onde não foi), mas
também os seus antecedentes imediatos, a palavra História foi tomada nas
diferentes aceções: a iluminista, de que temos exemplo na História de Angola de Elias Alexandre da Silva Corrêa; a romântica;
a política e social; a religiosa, a literária.
O seu estudo, como o da Filosofia, foi recorrente nos mais diversos escritores,
como testemunha José de Alencar para o seu caso. Quando cursava Direito em São
Paulo, no terceiro ano da sua estada, “os estudos de filosofia e história
preenchiam o melhor de meu tempo, e de todo me atraíam” (Alencar, 1893 p. 14) . Quando esteve em
Olinda-Recife, também a cursar Direito (o 3.º ano do Curso) leu “na velha
biblioteca do convento de São Bento […] os cronistas da era colonial” (Alencar, 1893 p. 15) .
Nesse tempo, no Atlântico luso-tropical, o horizonte de leituras abarcava
clássicos gregos e latinos, História religiosa, História Natural (incluindo uma
Enciclopédia, um Atlas e um Dicionário de
História Natural), História das revoluções (sobretudo a francesa). Havia
para quase todos os gostos e idades – e particularmente para gostos literários. E havia uma historiografia, melhor, uma teoria da história onde a retórica desempenhava papel importante.
Vamos explorar isso, particularmente no que diz respeito a Dionísio de Halicarnasso e à destacada figura do Cardeal Saraiva. Os exemplos de Histórias encontrados menciono sobretudo no capítulo seguinte.
Ler as secções deste capítulo para detalhar:
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